quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Reflexao - É possível evitar acidentes.


Segunda–feira, 8h da manhã, um motociclista sofre uma queda na estrada que liga Votorantim a Piedade. Residente em Sorocaba, ele faz esse trajeto todos os dias religiosamente. A pista esta em péssimas condições, e em decorrência disso, ele acabou caindo, a roda da moto simplesmente caiu em um grande buraco, arremessando-o na pista. Socorrido prontamente, teve apenas escoriações leves pelo corpo, pois usava jaqueta de couro e coturno (botas), mas, que ficaram danificados, mesmo estando a 50 km/h. 


Passado o susto, o motociclista subiu na moto e continuou a viagem a caminho ao trabalho, horas depois durante o horário do almoço, o motociclista retorna a Sorocaba de ônibus, visto que a moto ficou danificada, ao passar naquele mesmo local teve uma curiosa surpresa, a prefeitura estava “tapando” o buraco pivô da queda. Pasme! Apenas o local do buraco foi recapeado. Entretanto, o restante da pista continua em condições muito ruins. 


Estima-se que em cada 2 (dois) acidentes de trânsito, 1 (um) envolve pessoa alcoolizada. De acordo com um levantamento da Polícia Militar Rodoviária de São Paulo, 64% das multas nas estradas paulistas são por excesso de velocidade, sendo esta a principal causa da maioria dos acidentes. 


Muitos são os tipos causas de acidentes (colisão 54,2%, choque 25,0%, queda 16,9%, tombamento/capotamento 3,9%), segundo pesquisa recente da GST (Gerência de Segurança de Trânsito) estima-se que 46% dos acidentes com vítima, ocorre com um só veículo. Destes, os mais numerosos foram os choques, quando um veículo desgovernado bate em um obstáculo fixo, neste índice esta inserida também a “queda” de veículos de duas rodas. Outro dado é que 45% dos acidentes de moto em rodovias são “quedas”, sendo que 81% consideradas de gravidade leve. 


Será que não é o caso do nosso motociclista em questão? 


Ninguém pode afirmar que ele estava alcoolizado às 8h da manhã, não tanto pelo horário, mas porque estava indo ao trabalho, ou seja, ele se enquadra nos 45% que sofrem queda individual, com escoriações leves, sendo que em 50% dos casos a causa é a imperícia ou imprudência. 


Então podemos concluir que 50% do problema nós podemos resolver. Certo? 


Pois bem, após mais um ano de árduo trabalho dedicado a ampliação e implantação do PRAM – Programa de Prevenção de Acidentes com Motocicletas, começamos a ver alguns sinais que nos dão a certeza que estamos no caminho certo, pois conseguimos estampar no jornal, que é um poderoso veículo de mídia, uma boa notícia a respeito do motociclista. A mídia que muitas vezes erroneamente diz: “Morrem quase 03 motoqueiros por dia em São Paulo”, publicou: “Motoboy sim, mas sem cair”, fazendo referência à Condecoração do PRAM, em janeiro passado, onde um grupo de motociclistas profissionais recebeu a condecoração do programa por estar um ano sem se envolver em acidentes de trânsito, e outro grupo recebeu a condecoração por estar 06 meses sem acidentes. 




A ABRAM acompanhou 1000 motociclistas inscritos no PRAM durante um ano, sendo que apenas 3% se envolveram em acidentes, ou seja, ou 97% ficaram ilesos sem nenhum tipo de acidente de trânsito. Isso é fato. 


Enfim, para sanar aqueles 50% de culpa, estamos agindo, agora falta os 50% das condições adversas (pista, óleo, chuva, mecânica, etc) que cabe aos administradores de rodovias, vias públicas, urbanas, ou seja, não estou querendo justificar os índices que muitas vezes insistem em nos perturbar, mas também o motociclista não pode ser punido por condições que fogem ao seu controle. 


Kátia Perugini - Psicóloga 
Diretora de relacionamento da ABRAM 
Associação Brasileira de Motociclistas 


www.abrambrasil.org.br - Tel.: (11) 3338-2872 
e mail: katia@abrambrasil.org.br - msn: katia.perugini@hotmail.com

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