quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Arena Pernambuco pode custar R$ 1,6 bi

A Arena Pernambuco é tida como um dos projetos mais arrojados para a Copa do Mundo de 2014. Oficialmente, o complexo esportivo Cidade da Copa, que abrigará o novo estádio e outros empreendimentos temáticos, será construído por meio de uma parceria público-privada com investimento inicial de R$ 1,6 bilhões. Mas segundo o CEO do projeto, Marcos Lessa, que participou de um workshop do Soccerex nesta terça-feira (23), no Forte de Copacabana, no Rio de Janeiro, este valor deve ser ainda maior, já que o objetivo é tornar a arena multifuncional e oferecer opções de entretenimento em longo prazo.


O empresário, que representa a construtora Odebretch (também ligada aos projetos do Maracanã, Fonte Nova e estádio do Corinthians), afirmou que o empreendimento já passou pela primeira fase para obter a licença ambiental, que consiste na terra-planagem e fundação do terreno. Só a Arena Pernambuco custará R$ 379 milhões, o que ele garante ser retornável. Os principais trunfos comerciais do projeto são a comercialização de assentos "premium" e camarotes, naming rights (licenciamento da nomenclatura), ações de marketing, espetáculos de entretenimento, entre outros mecanismos.

"Além de ser totalmente sustentável, o projeto preserva 606 mil metros de Mata Atlântica", garantiu.

Em relação aos principais clubes do estado, Lessa garante que a lucratividade também será maior, já que os torcedores pernambucanos sempre figuram com destaque nos rankings de média de público. O empresário afirma que aguarda por definições nos quadros gerenciais de Náutico, Sport e Santa Cruz para prosseguir com as negociações.

"Nós tivemos um primeiro contato com Santa Cruz, Náutico e Sport há algum tempo e apresentamos uma parte do projeto. Esses clubes estão passando por algumas mudanças políticos, a exemplo do Sport, que está definindo o seu novo corpo diretivo. Estão sendo eleitos os novos membros da direção. Enfim, vamos esperar o fim desse processo para dar continuidade às negociações. Acreditamos que essa é uma belíssima oportunidade para os clubes. A necessidade de uma melhor gestão da infra-estrutura e uma preocupação maior com o seu ativo, com os jogadores, a torcida. Nós cuidaríamos dessa primeira parte para os três principais clubes de Recife", argumentou.

O contrato assinado com o governo pernambucano garante à Odebretch a gestão do novo empreendimento pelos próximos 30 anos. De acordo com Lessa, o principal legado da Cidade da Copa será o de redefinir a centralidade urbana da região metropolitana de Recife, que é a segunda mais adensada populacionalmente no país.

"O principal desafio é fazer com que a população pernambucana e os stakeholders de Recife entendam que nós podemos definir uma nova centralidade urbana, com tecnologia, sustentabilidade, enfim, um novo destino que o Brasil merece. A missão é trazer esse conceito mundial e que a Copa do Mundo nos proporciona", afirmou.

Marcos Lessa destaca que a capital pernambucana já se mobiliza no sentido de melhorar a infra-estrutura para além da construção de um complexo esportivo.

"A Fifa exige uma grande infra-estrutura no entorno dos estádios. O governo pernambucano já está providenciando melhorias, como a duplicação da rodovia BR-408, a construção de uma nova estação de metrô, que fica dentro da Cidade da Copa e a construção de uma nova rodovia, a Radial da Copa, que terá extensão de seis quilômetros e fará uma ligação direta com a Cidade da Copa", disse.

Além do empresário brasileiro, participaram do workshop o presidente da ISG Brasil, Tobias Hanbury; o vice-presidente e gerente geral da AEG Facilities, Chuck Steedman; e o representante da HKS, Mark Williams, que desenvolve em Dallas um estudo completo sobre todas as possibilidades comerciais referentes à Cidade da Copa. O complexo esportivo será construído em um terreno de 270 hectares, dos quais 50 reservados para o estádio e as outras para o desenvolvimento de uma "smartcity".

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