terça-feira, 27 de julho de 2010

Harley-Davidson FLSTF Fat Boy


Lançada em 1990, a Fat Boy marcou o retorno da H-D à liderança de vendas nos Estados Unidos entre as motos acima de 750 cc e rapidamente se tornou protagonista de uma lenda urbana: seu nome seria uma combinação dos nomes das bombas atômicas lançadas sobre Nagasaki e Hiroshima (Fat Man e Little Boy) e sua pintura, entre outras características, inspirada no bombardeiro americano B-29. No filme Terminator 2 – Judgment Day, o próprio terminator (representado pelo ator Arnold Schwarzenegger) aparece saltando de uma ponte com uma Fat Boy 1990.

Faltou dizer mais, então sigo adiante.

Nestes 20 anos de vida, a Fat Boy carregou três propulsores de diferentes capacidades cúbicas mas igualmente big twins: entre 1990 e 1998, ela foi empurrada por um motor de 1340 cc (Evolution), entre 1999 e 2006, pelo TC88 (um twin cam de 88 polegadas – ou 1447 cc) e desde 2007 pelo TC96 (de 1573~1584 cc). A versão atual possui câmbio de 6 velocidades, torque de 12,4 kgf/m, pneus 140/75-17 na dianteira e 200/55-17 na traseira, freios a disco, assento posicionado a 698 mm do solo, peso seco de 315 kg e tanque de combustível com capacidade para 19 litros.

Além do nome comercial – Road King, Electra, Deluxe, Rocker, etc – pelo qual as motocicletas restam conhecidas, a Harley-Davidson Motorcycle Company (MoCo para os íntimos) batiza suas crias com uma sopa de letrinhas que indica as características de cada modelo. No caso da Fat Boy, as letras significam o seguinte:

F = Big Twin
L = High compression
ST = Softail
F = Fat Boy

A parte que não é autoexplicativa, o Softail, indica que apesar do amortecimento não estar aparente, ele existe – é portanto uma “falsa rabo duro” – e, ao contrário de outros modelos, o conforto do piloto e do passageiro não está a cargo de amortecedores aparentes ou molas sob o banco.

Para finalizar, uma informação adicional.

No dia 1º de julho, a Gorda foi fazer outro motociclista feliz e seu lugar na minha garagem foi tomado pela Jane Fonda, a Fat 2008 que aparece nas imagens abaixo. A exemplo do que eu vinha fazendo com a CB, passo a compartilhar aqui as experiências vividas a bordo da nova companheira de estrada.

O primeiro mito que merece ser desfeito é o do comportamento dela na cidade: apesar do peso elevado (pouco menos de 350 kg em ordem de marcha), a Fat se desloca bem em baixa velocidade por conta do baixo centro de gravidade e o escalonamento das marchas (o câmbio impreciso é outro mito) é muito bom, pois exige poucas trocas; o motor refrigerado a ar, naturalmente, penaliza o piloto no trânsito muito travado. Como ela ganhou logo na segunda semana um ape hanger – ou seca sovaco, como queiram – de 16 polegadas, rodar pelo corredor ficou mais fácil pois ele desloca os comandos para uma posição superior aos retrovisores da maioria dos veículos e, ao contrário do que possa parecer, mantém a posição de pilotagem confortável.

Na estrada, seu habitat natural, Jane Fonda mostra as suas armas e roda com tranquilidade em sexta marcha, não apresentando vibração (mais um mito) ou instabilidade no guidão e permite até uma tocada mais forte se o piloto assim desejar – mas a densidade da espuma do banco pode fazer os traseiros mais sensíveis reclamarem depois de algumas horas. Os freios cumprem bem o seu papel (o dianteiro, por sua importância, merecia um disco duplo) e o painel bastante completo para a categoria informa inclusive a quilometragem que pode ser percorrida com o combustível disponível no tanque.

Por enquanto é só: em breve eu volto a falar da Fat para compartilhar os números do consumo, dos alforges, da grelha, do sissy bar e do para-brisa destacáveis, do Power Commander III e das pedaleiras (que substituirão as plataformas).

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